SUBMISSÃO DE OFICINAS
EDITAL DE SUBMISSÃO DE OFICINAS
59º CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO MÉDICA
EDUCAÇÃO MÉDICA TRANSFORMADORA: REVISITANDO O PASSADO,
VIVENDO O PRESENTE E ESPERANÇANDO O FUTURO.
1. DO EVENTO
1.1. As regras a seguir dizem respeito à submissão de oficinas para o 59º Congresso Brasileiro de Educação Médica, que ocorrerá nos dias 18/09/2021 a 22/09/2021, no formato virtual.
1.2. A realização de oficinas no evento é uma oportunidade para docentes e discentes do curso de Medicina e de outros cursos da área da saúde compartilharem com os congressistas suas experiências locais e produção de conhecimento, além de reflexões sobre o processo de educação.
2. DAS OFICINAS
2.1. As oficinas acontecerão no DOMINGO, dia 19/09/2021, das 14 às 17h.
2.2. A proposta de oficina deverá estar relacionada com a temática do congresso e seus eixos de programação.
2.3. Cada oficina somente poderá ser inscrita uma única vez no Congresso, mesmo que autores ou instituições envolvidas sejam diferentes.
2.4. As oficinas deverão ter duração máxima de 3 (três) horas e serão realizadas em uma sala da plataforma Zoom que poderá ser dividida em salas para trabalho com grupos .
2.5. As oficinas deverão incentivar a participação e protagonismo dos interessados, priorizando metodologias ativas de ensino-aprendizado.
2.6. As propostas deverão ser submetidas on-line, através do link: https://forms.gle/SgiPdQkV98YPakvb8 até a data limite de 23/07/2021.
2.7. Em hipótese alguma serão aceitas oficinas enviadas por e-mail, correspondência, fax ou qualquer outro meio de comunicação que não o estabelecido pelo item 2.6.
2.8. Pelo menos um dos autores da proposta de Oficina deve ser associado adimplente da ABEM.
2.9. A realização das oficinas selecionadas, durante o 59º COBEM, será condicionada ao pagamento da taxa de inscrição por ao menos um dos oficineiros até o dia 13/08/2021.
2.10. Após divulgação da lista de Oficinas selecionadas, não será possível a inscrição de outros autores;
2.11. Oficineiros que não estejam inscritos no 59º COBEM receberão link para acesso apenas a sala de sua Oficina.
2.12. Eixos e temáticas para a submissão das oficinas:
TEMA DO CONGRESSO:
EDUCAÇÃO MÉDICA TRANSFORMADORA: REVISITANDO O PASSADO, VIVENDO O PRESENTE E ESPERANÇANDO O FUTURO.
EIXO 1:
Paulo Freire e a Escola Médica Brasileira
Paulo Freire, sem dúvida, representa uma grandiosa produção e inestimável colaboração em defesa de uma educação socialmente referenciada, emancipatória e valorizadora do indivíduo e dos atores envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, ou seja, docentes e estudantes. Sua contribuição se reflete diretamente na discussão das relações entre professor/a-estudante-paciente-família-comunidade baseadas no diálogo, na valorização dos diferentes saberes/experiências e na fundamentação da educação popular em saúde. Dá-se ênfase à sua contribuição para a discussão das metodologias ativas, especialmente na Metodologia da Problematização, assumindo a importância da articulação teoria e prática a partir da realidade.
Nestes momentos de incerteza, Paulo Freire nos convida: “É preciso ter esperança, mas ter esperança do verbo esperançar; porque tem gente que tem esperança do verbo esperar. E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo…”.
Este eixo, para além de prestar uma homenagem a Paulo Freire no centenário de seu nascimento, congrega todas e todos para discutirmos a relevância de sua obra e seus reflexos na educação médica brasileira, tanto na programação científica do 59º Cobem como na chamada de trabalhos científicos.
EIXO 2:
Formação social, política e cidadã na medicina brasileira
A pandemia da Covid-19 provocou diversas mudanças nos caminhos da educação médica brasileira. Discutimos essa mudança em uma perspectiva instrumental, sucessivas vezes, ao longo do último ano. Nesse período, contudo, a despeito da existência de Diretrizes Curriculares Nacionais para graduação em Medicina que sinalizam claramente o perfil do médico egresso para atuar no século 21, colocou-se em cheque a construção histórica do que se entende por formação médica.
No que tange à sua sensibilidade ao cuidado, sua visão política de mundo e sua criticidade sobre a ciência, a formação médica tem sido suficiente? Em um momento histórico de ascensão do autoritarismo, do protofascismo e do negacionismo “antivacina, anti-isolamento, antimáscaras”, como os profissionais que já formamos e os que formaremos estão se posicionando?
Este eixo, à luz da máxima de Paulo Freire, “Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo”, se propõe a discutir acerca da formação política, social e cidadã do médico, sobre a medicina e sua relação com a sociedade, além de buscar entender o percurso histórico que nos trouxe às circunstâncias atuais.
EIXO 3:
Releitura curricular em tempos de pandemia
A pandemia trouxe uma série de transformações no mundo que impactaram as escolas médicas e a necessidade de releitura de seus currículos. Há necessidade de rever o que estamos privilegiando nos nossos projetos pedagógicos e como estamos integrando teoria e prática, reconciliando o ensino da saúde coletiva com a clínica. O ensino médico precisou, em tempo real, mudar para incluir ou ampliar questões específicas relacionadas à infecção por uma doença pouco conhecida e seu impacto na sociedade, na vida das pessoas e no cotidiano do processo de trabalho na saúde. A epidemiologia nunca foi tão destacada. A determinação social ficou evidente. Há necessidade de uma formação que privilegie a vivência na rede de cuidados valorizando a atenção primária como espaço de: promoção, prevenção com ênfase na vacinação e de assistência individual, familiar, coletiva, realização de exames laboratoriais, novas estratégias como telemedicina ou telessaúde, atenção domiciliar, assim como a necessidade de formação na emergência, urgência e na hospitalização e reabilitação.
Este eixo nos convida a compartilhar questões como evidências científicas, racionalização de recursos, segurança do trabalho, do profissional e do paciente, cuidado ao paciente, autonomia e restrições pessoais que devem ser tratadas à luz de conceitos da ética e das ciências humanas. Podemos problematizar e ampliar a educação interprofissional, interdisciplinar e o trabalho colaborativo, a formação profissional para o cuidado que considere pessoas e comunidades invisibilizadas e a voz dos pacientes.
Neste sentido, com base em Paulo Freire, podemos dizer que a educação problematizadora não se funda em uma compreensão dos homens como seres vazios a quem o mundo ou a escola médica possam encher de conteúdos. A educação problematizadora considera a realidade cotidiana vivida como essencial à formação transformadora. Assim, chamamos à formação que vá ao encontro das necessidades em saúde das populações e que responda às demandas do SUS. Chamamos à oportunidade de vivenciar práticas, aprofundar conhecimentos, refletir criticamente e atuar com as equipes no cuidado da pandemia como experiência única de formação.
EIXO 4:
Avaliação no processo de ensinar e aprender
O processo de ensino-aprendizagem vem passando por mudanças substanciais de concepção, modelo, planejamento e execução, a partir das novas necessidades colocadas no cotidiano do afastamento social. Novas maneiras de ensinar e aprender no mundo virtual, integradas à reflexão sobre as experiências nos cenários de prática, tiveram um espaço inédito nos currículos das escolas médicas, no Brasil e no mundo, somadas à paralisação ou suspensão parcial e temporária das atividades práticas nos anos iniciais. Esses fatos influenciaram a abertura de um caminho nunca antes explorado no aprendizado em ambiente presencial ou virtual. Nesse contexto, se faz necessário ampliar o debate sobre o sistema de avaliação como parte desse processo de ensino-aprendizagem, na pertinência dos métodos avaliativos e da coerência entre as práticas e rotinas em avaliação em todos os âmbitos (formativa, informativa e somativa) com a proposta pedagógica. É preciso ressignificar também os processos de avaliação, monitoramento e acompanhamento de nossas instituições, impactados pela pandemia e suas exigências de adequação.
Este eixo nos convida a refletir, trocar experiências e consolidar análises que terão como alvo quantificar o impacto dessas ferramentas no processo de ensino da pessoa aprendiz e no desenvolvimento de competências de seus educadores. Entender os impactos dessas mudanças no desenvolvimento das habilidades e do ser social é fundamental para a formação médica. Nossas escolhas se aproximam do conceito direcionador da avaliação que nos ensina Paulo Freire: “A avaliação é a mediação entre o ensino do professor e as aprendizagens do professor e as aprendizagens do aluno, é o fio da comunicação entre formas de ensinar e formas de aprender. É preciso considerar que os alunos aprendem diferentemente porque têm histórias de vida diferentes, são sujeitos históricos, e isso condiciona sua relação com o mundo e influencia sua forma de aprender. Avaliar, então, é também buscar informações sobre o aluno (sua vida, sua comunidade, sua família, seus sonhos…), é conhecer o sujeito e seu jeito de aprender”.
EIXO 5:
Cuidado como ato pedagógico e coletivo
Desde março de 2020 a educação médica brasileira, representada na escola médica, em seus educadores, educandos, gestores e comunidade, reconheceu a importância de aprendizados advindos da experiência coletiva da pandemia. A compreensão da educação como uma prática social contextualizada e atenta às necessidades de seu povo e do ato educativo/pedagógico como referência para o ato de cuidado dos profissionais de saúde que formamos traz a dimensão da responsabilidade da escola médica. Paulo Freire nos ensina o que é ato pedagógico como prática de cuidado com compromisso coletivo quando afirma que “é preciso que a educação esteja – em seu
conteúdo, em seus programas e em seus métodos – adaptada ao fim que se persegue: permitir ao homem chegar a ser sujeito, construir-se como pessoa, transformar o mundo, estabelecer com os outros homens relações de reciprocidade, fazer a cultura e a história […] uma educação que liberte, que não adapte, domestique ou subjugue”. Nossa frágil humanidade se revelou no enfrentamento da pandemia e nos permitiu não saber, valorizar as respostas construídas de forma coletiva, aprender juntos, exercitar a solidariedade e o autocuidado que se expande e alcança o cuidado com os demais.
Este eixo nos convida a confiar na nossa capacidade de transformar, de transpor, de transcender. E a compartilhar práticas de cuidado e educação que se conectam no processo de (trans)formação de pessoas. Ao cuidarmos da vida em nossos atos pedagógicos dentro da escola ensinaremos um modelo de cuidado que considera as singularidades, admira as trajetórias, preocupa-se verdadeiramente com o outro, reconhece a complexidade e busca construir juntos as melhores estratégias de segurança, equilíbrio e liberdade para seguir a vida lá fora, além da escola de medicina.
3. DA FORMA DE AVALIAÇÃO
3.1. Serão desclassificadas as oficinas que não estiverem dentro dos padrões de metodologia proposta ou não seguirem as regras aqui apresentadas.
3.2 Todas as oficinas qualificadas serão avaliadas e selecionadas exclusivamente pela Comissão Organizadora do 59º Congresso Brasileiro de Educação Médica, sem menção a autores ou a instituições relacionadas.
3.3. A Comissão Organizadora do 59º Congresso Brasileiro de Educação Médica será responsável pela avaliação das oficinas, de acordo com os seguintes critérios:
– Relevância do tema;
– Qualidade e coerência da proposta;
– Inovação e contribuição dos produtos para o avanço no campo da educação médica;
3.4. As oficinas selecionadas serão divulgadas, aos autores, no painel do congressista até o dia 30/07/2021.
3.5. Todas as oficinas selecionadas devem ser realizadas no 59º Congresso Brasileiro de Educação Médica por seus respectivos autores indicados no momento da inscrição, em dia e horário definido no item 2.1.
4. DA INSCRIÇÃO DOS CONGRESSISTAS NAS OFICINAS
4.1. A divulgação das oficinas selecionadas será feita no site do Congresso.
4.2. A inscrição nas oficinas estará disponível apenas para os inscritos no congresso através do Painel do Congressista, a partir de 17/08/2021.
4.3. O interessado poderá se inscrever em uma única oficina, pois todas as oficinas acontecerão no mesmo horário.
4.4. A participação na oficina ficará limitada pelo número máximo de participantes definido pela proposta submetida no edital.
4.5. O prazo máximo para inscrição nas oficinas é até 27/08/2021.
5. DO CRONOGRAMA
INÍCIO DO PRAZO PARA SUBMISSÃO: 28/06/2021
FIM DO PRAZO PARA SUBMISSÃO: 23/07/2021
DIVULGAÇÃO DAS OFICINAS APROVADAS AOS AUTORES: 30/07/2021
LIMITE PARA PAGAMENTO DA INSCRIÇÃO (Item 2.8): 13/08/2021
ABERTURA DA INSCRIÇÃO PARA CONGRESSISTAS: 17/08/2021
ENCERRAMENTO DE INSCRIÇÃO NAS OFICINAS: 27/08/2021
6. DISPOSIÇÕES FINAIS
6.1. A Comissão Organizadora reserva-se o direito de cancelar, interromper, suspender ou adiar a submissão e/ou publicação das oficinas no todo ou em parte, em caso fortuito ou de força maior.
6.2. Os autores das oficinas reconhecem e declaram, assumindo todas as responsabilidades legais, de forma irrevogável e irretratável, que todas as informações fornecidas, bem como o conteúdo da oficina inscrita, são verdadeiras, próprias e originais.
6.3. A Comissão Organizadora é incontestavelmente soberana nas suas decisões, inexistindo a possibilidade de recursos ou manifestações de qualquer espécie neste Congresso.
6.4. A inclusão de qualquer oficina, desde que cumprindo as condições aqui apresentadas, já caracteriza a aceitação irrestrita a todas as regras aqui previstas.
6.5. Os casos aqui omissos serão analisados pela Comissão Organizadora.
Brasília, 28 de junho de 2021
59º Congresso Brasileiro de Educação Médica
Comissão Organizadora