A criação da agenda cultural do 58º Cobem segue impulsionada pelo desejo coletivo de integralidade, movida pela necessidade de levar à comunidade acadêmica mais do que informação e entretenimento. Inseridos em nosso tempo e cientes de nossa responsabilidade social, mais do que nunca somos convocados, pelo contexto sanitário atual, a pensar em dispositivos inovadores, capazes de interferir na cultura do cuidado, em nossas práticas assistenciais, de gestão e de ensino.

E se, por um lado, a pandemia de Covid-19 coloca em evidência a necessidade de mudança de padrões culturais de comportamento e dos laços sociais, por outro lado, ela ressalta a importância da ampliação do nosso repertório e competência cultural, cuja consequência direta é o aprimoramento da nossa competência socioafetiva.

Confiantes de que a competência cultural é o atributo responsável por qualificar as nossas ações educativas, reconhecemos na arte o instrumento potencialmente transformador de realidades, por isso a escolhemos em sua diversidade de linguagens como dispositivo norteador de nossa agenda de cultura.

A nossa proposta de programação cultural reconhece a singularidade dos seres humanos, a importância da equidade em face às suas particularidades étnico-raciais, geográficas, econômicas, históricas, políticas e outras, muitas vezes atravessadas por conflitos interculturais, pela estratificação social, por várias vulnerabilidades, pela discriminação e pela estigmatização.

A nossa agenda também reconhece a importância para a educação médica do contínuo exercício da sensibilidade, indissociável da competência cultural, inserindo no 58º Cobem, em seus múltiplos cenários, um movimento análogo às estratégias pedagógicas que perpassam longitudinalmente (e integrativamente) o currículo, proposta que a distingue de uma atividade isolada e a define como uma política ou postura institucional, integrada à programação científica do congresso.